CD “A Arte de Amália Rodrigues por Maria Dapaz e Mahatma Costa” 2015 03/11/2015 10h27

CD “A Arte de Amália Rodrigues por Maria Dapaz e Mahatma Costa” 2015
03/11/2015 10h27


Ela é bem brasileira, criada no sertão pernambucano onde, quando criança, adorava ouvir a voz de Amália Rodrigues através dos discos que faziam parte do relicário de sua tia. Um dia, essa paixão cultivada desde a infância viria à tona, e assim como fez com Luis Gonzaga em “Vida do Viajante”, Maria Dapaz resolveu finalmente homenagear o maior ícone da canção portuguesa em um registro antológico, gravado ao vivo no teatro Santa Isabel do Recife.

Conheci Maria Dapaz em 1997, quando ela já sabia tudo sobre o que é fazer sucesso no Brasil e no mundo, mas só soube dessa sua afinidade com a arte de Amália Rodrigues quando juntos assistimos a um DVD da peça de teatro “Amália”, dirigida em Lisboa por Filipe La Féria. Foi quando Dapaz me falou da sua paixão por essa diva e da maior emoção que havia sentido em sua vida, quando, em 1990, assistiu a um concerto de Amália Rodrigues na catedral de Lausanne, na Suíça.
Em 1995, resolveu incluir em um dos seus CDs a canção “Foi Deus”, de Alberto Janes que marcou a trajetória da maior estrela da música portuguesa. Em 2012, já no Cassino Estoril em Portugal, convidada para representar o Brasil em um encontro de artistas de língua portuguesa, na cerimônia de encerramento do evento, Maria Dapaz acompanhada de seu inseparável violão, resolveu lembrar Amália cantando “Foi Deus” do seu jeito, sem sotaque, sem xale, sem drama aparente. A reação do público foi surpreendente. Aplaudida em pé, ela entendeu que para cantar Amália e agradar até mesmo o público português, basta que o faça com o coração à mostra. A partir daí, a produtora Jocelyne Aymon não sossegou enquanto não colocou o vozeirão de Maria Dapaz a serviço da arte de Amália Rodrigues nos palcos brasileiros. A ideia finalmente se consumou no 21º Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco, projeto Janeiro de Grandes Espetáculos, no Teatro Santa Isabel do Recife, em 2015. O parceiro de cena, o acordeonista Mahatma Costa, também pernambucano, emprestou seu imenso talento para tornar essa empreitada mais um grande sucesso. Todo esse trabalho se perpetua agora com a adesão da gravadora Atração, também parceira há mais de 10 anos, que optou por dar mais um tiro certeiro, colocando no mercado este CD que só precisa ser ouvido para ser amado. Maria Dapaz festeja os 95 anos de Amália Rodrigues, com uma nova interpretação, dando um sotaque brasileiro ao repertório imortalizado pela musa lusitana. Usando os instrumentos mais tocados e mais populares do Brasil, violão e acordeom, Maria Dapaz e Mahatma Costa criaram arranjos suaves, ressaltando as influencias da música cigana e moura, dando uma nova cor e muita leveza a esse gênero musical dramático e teatral na sua origem. Prenda a respiração para manter os ouvidos ainda mais atentos nas faixas “Tudo isso é Fado” (Aníbal Nazar e Fernando de Carvalho), “Ai Mouraria” (Amadeu do Valle e Frederico Valério), “Cheira a Lisboa” (Carlos Dias e César de Oliveira) e, é claro, “Coimbra” (José Maria Galhardo e Raul Ferrão). Se é que o fado nasceu no Brasil, como já andaram dizendo por aí, ele certamente teria a cara dessa gravação de Maria Dapaz: lançamento único e obrigatório para todos os apreciadores da boa música. Parabéns a todos que participaram de tão agradável empreitada, sem a qual a festa de 95 anos de Amália Rodrigues não teria o mesmo brilho.

Cervantes Sobrinho (produtor musical, amigo e admirador da arte de Maria Dapaz, Amália Rodrigues, Sérgio Ricardo, Glauber Rocha, Luiz Gonzaga, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Graciliano Ramos). Novembro 2015

Amália Rodrigues e o Brasil. Amália tem muito mais a ver com o Brasil do que se pensa. Começou a sua carreira no disco no Rio de Janeiro onde gravou o seu primeiro compacto em 1945. Morou, casou-se e fez muitos shows na cidade maravilhosa. Grandes sucessos do repertório de Amália foram gravados no Brasil como “Ai Mouraria” e “Perseguição”. Amália homenageou o Brasil gravando uma música chamada Fado xu-xu que começa em fado e termina em samba.

Contato Joma Produções (jomaprodart@uol.com.br)
Jocelyne Aymon – produtora (jocelyne@uol.com.br)
SP +55 11 9 9627.0936 (whatsapp)

Autor: Auteur: Cervantes Sobrinho

Fonte: Source: Joma Produções