Recife / São Paulo

Alguns anos depois, mudei para Recife, e comecei uma nova etapa, cantando na noite em casas de shows e me apresentando em programas de televisão.
Foi nessa época que comecei a compor e tive minhas primeiras composições gravadas. Mas eu queria mais. A vontade de voar era forte, e eu decidi: “Vou embora…”.
Em 1978 fiz as malas e vim para São Paulo. Era inverno e eu quase fiz a viagem de volta. Cantei em vários bares da cidade até conhecer Lincoln Vieira, que gostou do meu trabalho de compositora e cantora, me levou para a gravadora Copacabana e me apresentou ao Mokarzel, diretor artístico na época. Fui contratada.

 

Aos nove anos

Aos nove anos, cantava pela primeira vez no palco do Cine São José de Afogados da Ingazeira/PE no concurso “A mais bela voz do Nordeste” ao lado de profissionais da região e tirei o segundo lugar.
Eu era tão criança que, quando fui me inscrever, a moça me olhou demoradamente e perguntou com ironia: “Estado civil ?…”. Fiquei emburrada, e quase desisti da carreira antes mesmo de começar.
Mas as minhas amigas não deixaram isso acontecer… Ainda bem !. Tempos depois, empolgada por ter agradado o público Afogadense, resolvi enlouquecer minha mãe pedindo um violão.
Apesar das dificuldades ela me deu esse presente. E eu não decepcionei. Aprendi a tocar, e nunca mais me separei do instrumento.

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Meu Primeiro disco

 

Pássaro Carente:
Foi gravado em 1980 em São Paulo e lançado em 1981. Os arranjos foram assinados por Eduardo Assad, José Briamonte e Aloísio Pontes .A música que mais se destacou foi “Súplica Cearense” de Gordurinha. “Pássaro Carente” da minha autoria, conta poeticamente a minha aventura de vir sozinha para São Paulo com o violão e muito sonho na bagagem.
Esse disco espalhou meu nome pelo Brasil inteiro e foi muito elogiado pela imprensa. Ele me deu o troféu “Disco Visão” como revelação da MPB, e a participação no projeto “Seis e meia” da Funarte no Rio de Janeiro ao lado de Wanda Sá, Danilo Caymmi, Nelson Ângelo, Novelli e André Dequech.

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O Marajoara

No início dos anos 70 com alguns colegas de escola e sob a regência do maestro Dinamérico Lopes (Seu Dino) formamos o primeiro conjunto musical da cidade: ” Os Unidos ”
Ali, pude desenvolver mais o violão, e aprimorar o canto. Nós animávamos os bailes locais e regionais, cantando sucessos que iam de Roberto Carlos à Tina Charles.

Foi durante um desses bailes que fui convidada a integrar o super conjunto Marajoara da cidade de Sertânia, o mais requisitado na época em Pernambuco e nos estados vizinhos. (Piauí, Paraíba, Ceará, Bahia…).
É claro que aceitei o convite e passei a integrar o conjunto em 1974.
Foram muitas viagens, muitos bailes e me tornei conhecida como “Paizinha do Marajoara”. Por isso que hoje, quando alguém me chama de Paizinha, tenho certeza que dançou muito ao som dos Unidos e do Marajoara.
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Afogados da Ingazeira/PE

Afogados da Ingazeira
 

“Eu nasci para cantar…”

Sou ariana nasci no dia 25 de março de 1959 em Jaboatão dos Guararapes/PE , mas me criei no sertão, às margens do rio Pajeú, na cidade de Afogados da Ingazeira. Começou assim…
A música se manifestou muito cedo, eu não precisava de um motivo especial para cantar. Gostava de sentar no muro do jardim da minha casa e displicentemente soltar a voz prá quem quisesse (ou não quisesse…) ouvir.Tinha uma grande facilidade para decorar letras e melodias, era uma verdadeira esponja musical.A programação da rádio Pajeú, eu conhecia de cor, programação, diga-se de passagem, muito eclética: Waldick Soriano, Roberto Carlos, Clara Nunes, Angela Maria para citar só alguns nomes do cancioneiro em moda na época.
Outra fonte de informação eu tinha dentro de casa,ouvindo minha mãe cantar as músicas de Luiz Gonzaga e de Vicente Celestino.
Algumas ficaram para sempre na memória como Sala de reboco, Assum preto, Kalú, Patativa, Porta aberta …Foi essa a minha formação musical, de pé de rádio.

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